quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Editorial

 Exercício 1


Nós do SUS

Há muito a melhorar na gestão, mas saúde pública também precisará de mais verba

 

    Houve um tempo em que o único "serviço" que o cidadão poderia esperar do Estado era um exército que protegeria a cidade de invasores. Aos poucos, vieram também uma força policial e algo que com muito boa vontade poderíamos chamar de sistema de Justiça.

    A partir do século 18, países mais avançados adicionaram à lista a educação pública e, mais tarde, um sistema de pensões. Foi só depois da Segunda Guerra que veio a explosão de serviços que caracterizam os Estados contemporâneos. E o mais complexo deles é, sem dúvida alguma, a saúde.

    O Brasil, num raro destaque positivo, é o único país de renda média do mundo a oferecer um sistema universal de saúde gratuito à sua população. E os desafios do SUS, já imensos antes da pandemia, tornaram-se ainda maiores depois, como mostrou reportagem da série Nós do Brasil, na Folha.

    O problema de base é, evidentemente, o subfinanciamento. Embora os gastos públicos e privados do Brasil com saúde sejam até proporcionalmente maiores que de países desenvolvidos, o jogo muda inteiramente quando se consideram apenas despesas de governo.

    Em 2019, os desembolsos totais chegaram a 9,6% do Produto Interno Bruto, ante 8,8% na média da OCDE. Já o dispêndio público ficou em 3,8% do PIB, ante 6,5%.

   A pandemia escancarou o papel essencial do SUS. Embora nosso desempenho na crise sanitária tenha sido péssimo, muito pior seria sem o sistema de saúde.

    A grande disposição com que a população arregaçou as mangas para tomar as primeiras doses da vacina, a despeito da insistente propaganda contrária de Jair Bolsonaro (PL), tem muito a ver com a confiança acumulada em vários anos do programa nacional de imunização, apontado como um dos melhores do mundo.

    Seja como for, a pandemia colocou ainda mais pressão sobre o SUS. A demanda pelos serviços, que já era maior do que a oferta, foi reprimida por cerca de dois anos. A chamada Covid longa criou uma nova categoria de usuários; algo parecido vale para a saúde mental.

    Embora o sistema esteja sendo mais exigido, é difícil imaginar como suas verbas possam aumentar de forma permanente. O Brasil lida com severa restrição orçamentária, agravada pela recente rodada de gastos eleitorais. Há amplo espaço para melhorias na gestão, mas isso não bastará para equacionar todas as carências.

    O melhor caminho é cortar algo dos muitos subsídios e programas ineficientes bancados pelo Estado brasileiro para aumentar os recursos para a saúde pública. Politicamente, trata-se, na maior parte dos casos, de enfrentar grupos de interesse e suas benesses.

www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022

 

1) Os editoriais são gêneros textuais que fazem parte de que grupo de textos?

a) Jurídicos

b) Religiosos

c) Publicitários

d) Jornalísticos

 

2) O editorial lido tem qual a finalidade?

 

3) Quais são as demais características do gênero editorial?

 

4) Qual foi a modalidade linguística e a pessoa gramatical empregadas no texto? Encontre um fragmento que comprove sua resposta.

 

5) O editorial foi construído a partir de que fato?

 

6) No último parágrafo há uma informação que comprova a posição do jornal? Justifique.

 

7) Você concorda com a posição do jornal? Justifique.

 

8) No editorial em estudo, que fundamento o autor do texto faz para construir a defesa da tese. Indique a alternativa que apresenta as estratégias argumentativas encontradas no texto.

a) Dados informativos e estatísticos.

b) Citações de autores e livros.

c) Depoimentos e dados históricos.

d) Cita pensamentos filosóficos.

 

9) Encontre no texto um exemplo de fragmento que pode ser considerado como fato. Em seguida, tente encontrar mais um exemplo de fragmento que representa uma opinião.

 

10) Encontre no texto fragmentos onde é possível identificar elementos de coesão que expressam

a) oposição.

b) adição.

c) alternância.

e) conclusão.

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