Exercício 1
Metáfora
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
a) É correto dizer que a palavra “lata” no 2º verso da 1ª estrofe está no sentido figurado? Justifique a sua resposta.
b) Qual é a sua interpretação do verso “na lata do poeta tudonada cabe”?
c) Relacione o título do poema com a mensagem da música?
Exercício 4
Quando nascemos fomos programados a receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados dos U.S.A de nove às seis
Desde pequenos nós comemos lixo comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez, vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Todas as manhas do seu jogo sujo, não é assim que tem que ser? Vamos fazer nosso dever de casa e aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
No lugar do outro
Estamos vivendo uma crise intensa: a das relações humanas. Todos os dias testemunhamos ou protagonizamos, tanto na vida presencial quanto na virtual, comportamentos e atitudes que vão do ódio declarado ou sutil ao desdém em relação ao outro. As relações humanas, sempre tão complexas, exigem, no entanto, delicadeza, atenção e compromisso social. Tem sido difícil manter a saúde mental e a qualidade de vida no contexto atual.
Crianças e adolescentes já dão sinais claros de que têm aprendido muito com nossa dificuldade em conviver com as diferenças e de respeitá-las; de tentar colocar-se no lugar do outro para compreender suas posições e atitudes; de ter compaixão; de conflitar em vez de confrontar; de agir com doçura, por exemplo. Conseguir fazer isso é ter empatia com o outro.
Pais e professores têm reclamado de comportamentos provocativos, desrespeitosos, desafiadores e desobedientes dos mais novos. Entretanto, se pudéssemos nos dedicar por alguns momentos à auto-observação, constataríamos essas características também em nós, adultos.
Mas são os mais novos que levam a pior nessa história: crianças e adolescentes que desobedecem, desafiam e têm comportamentos considerados agressivos, como os nossos, podem receber diagnósticos e orientação para tratamento. Conheço famílias com filhos diagnosticados com "Transtorno Desafiador Opositivo", porque têm comportamentos típicos da idade.
Há uma grande preocupação global com a nossa atual falta de empatia. Um sinal disso foi a inauguração, em Londres, do primeiro Museu da Empatia.
Nele, os visitantes são convocados a experimentar/enxergar o mundo pelo olhar de um outro -não próximo ou conhecido, mas um outro com quem eles não têm qualquer relação. A expressão que deu sentido ao museu é a expressão inglesa "in your shoes" (em seus sapatos), que em língua portuguesa significa "em seu lugar".
Os visitantes se deparam, na entrada, com uma caixa com diferentes pares de sapatos usados. Escolhem um de seu número para calçar e recebem um áudio que conta uma parte da história da pessoa que foi dona daquele par.
Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la mais facilmente do que nós. Um pai me contou, comovido, que conversava com um amigo a respeito da situação de muitos refugiados de países em guerra e que comentou que não adiantava a busca por outro local, já que a crise de empregos era mundial. Seu filho, de sete anos, que estava por perto, perguntou de imediato: "Pai, se tivesse guerra aqui, você preferiria que eu morresse?". Ele mudou de ideia.
Estacionar o carro em vaga de idosos, grávidas e portadores de deficiência é mais do que contravenção: é falta de empatia. Reclamar da lentidão dos velhos é mais do que desrespeito: é falta de empatia. Agredir ostensivamente o outro por suas posições é mais do que dificuldade em lidar com as diferenças: é falta de empatia.
Do mesmo modo, reclamar do comportamento dos mais novos é falta de empatia.
A empatia pode provocar uma grande mudança social, diz Roman Krznari, estudioso do tema. Vamos desenvolvê-la para ensiná-la?
ROSELY SAYÃO
1- Os textos de opinião costumam
apresentar o tema e o ponto de vista do autor nos primeiros parágrafos.
a) Qual é a afirmação feita no início, em
torno da qual a autora desenvolve o texto?
b) O fenômeno apontado no 1º parágrafo diz
respeito a um termo do âmbito da psicologia apresentado pela autora no 2º
parágrafo. Qual é esse termo? A que ele corresponde?
c) Em que consiste o fenômeno apontado
pela autora? Como ele se manifesta? Dê exemplos extraídos no texto.
2- De acordo com o texto, a falta de
empatia é um problema específico das crianças e dos jovens? Justifique sua
resposta com elementos do texto.
3- Um texto argumentativo pode ser
desenvolvido com exemplos, citações, comparações, dados estatísticos, etc. No
5º, no 6º e no 7º parágrafos, a autora comenta o Museu da Empatia, em Londres.
a) Que efeito a referência à inauguração desse museu traz para a argumentação da autora?
b) Com que finalidade o museu convida os
visitantes a calçar sapatos de outras pessoas e a ouvir a história delas?
4- Releia este trecho do texto:
"Desenvolver a empatia é uma condição
absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la
mais facilmente do que nós."
a) Por que, segundo a autora, é necessário
que os adultos desenvolvam e exercitem a empatia?
b) Você concorda com o ponto de vista da
autora de que as pessoas mais jovens podem ter empatia mais facilmente do que
os adultos? Por quê?
5- No 9º parágrafo, para ilustrar com mais
um exemplo seu ponto de vista, Rosely Sayão cita o relato de um pai que fez um
comentário sobre os refugiados de guerra e provocou uma reação inesperada do
filho.
a) Por que o pai mudou de ideia, depois do
comentário do filho?
b) Nessa situação, o filho demonstrou ter
mais empatia do que o pai? Por quê?
6- A estrutura de um artigo de opinião não
é rígida, mas normalmente é apresentada a ideia principal do texto no 1º ou no
2º parágrafo, há um desenvolvimento, com dois ou três parágrafos, e um
parágrafo final como conclusão.
a) No artigo de opinião lido, qual é a
ideia principal presente na conclusão?
b) A pergunta "Vamos desenvolvê-la
para ensiná-la?" é dirigida a quem? Por quê?
7- Observe a linguagem do texto.
a) Ela está, ou não, de acordo com a
norma-padrão? É formal ou informal? Justifique sua resposta com elementos do
texto.
b) Nos artigos de opinião, o autor pode
escrever em primeira ou terceira pessoa. Qual dessas pessoas predomina no
artigo lido? Justifique com fragmentos do texto.
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