segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Modernismo 2ª fase

 Exercício 1

Analise os poemas abaixo e evidencie características comuns à estética literária da poesia modernista da segunda fase.


Carlos Drummond de Andrade



Consolo na praia

Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.


José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?


Cecília Meireles



Desenho

Traça a reta e a curva,
a quebrada e a sinuosa
Tudo é preciso.
De tudo viverás.

Cuida com exatidão da perpendicular
e das paralelas perfeitas.
Com apurado rigor.
Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo,
traçarás perspectivas, projetarás estruturas.
Número, ritmo, distância, dimensão.
Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória.

Construirás os labirintos impermanentes
que sucessivamente habitarás.

Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.
Não te fatigues logo. Tens trabalho para toda a vida.
E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.

Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.
Raramente, um pouco mais.


Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
– depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio…

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.


Exercício 2

Leia o texto abaixo para responder às questões.

A noite dissolve os homens 

A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores
que outrora me perturbavam.
A noite desceu. Nas casas,
nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos,
a noite espalhou o medo
e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda,
sem esperança… Os suspiros
acusam a presença negra
que paralisa os guerreiros.
E o amor não abre caminho
na noite. A noite é mortal,
completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens,
diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias,
apagou os almirantes
cintilantes! nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo…
O mundo não tem remédio…
Os suicidas tinham razão.

Aurora,
entretanto eu te diviso, ainda tímida,
inexperiente das luzes que vais acender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes, vapor róseo, expulsando a treva noturna.
O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram
mas que avançam na escuridão como um sinal verde e peremptório.
Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.
O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez,
uma inocência, um perdão simples e macio…
Havemos de amanhecer. O mundo
se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.

Carlos Drummond de Andrade

a) No poema, que tipo de efeito a noite tem sobre os homens? Que sentimento desperta nas pessoas?

b) A ação da noite se restringe a alguns homens ou tem alcance geral? Justifique sua resposta com elementos do poema.

c) O poema foi publicado em 1940. Que elementos do contexto são mencionados nele?

d) Na sua opinião, o que representa a metáfora da noite?

e) Na segunda estrofe aparece a imagem da aurora. O que ela traz para os seres humanos, de acordo com o poema.

f) Na sua opinião, o que representa a metáfora da aurora?


Exercício 3

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Cecília Meireles

a) Qual é o canto a que se refere o poema?

b) Para o eu lírico, o que motiva o seu canto?

c) Identifique antíteses presentes no poema. A quem elas se referem?

d) Como o eu lírico vê a si mesmo em sua experiência de poeta?

e) Qual é a importância dessas antíteses no processo de criação poética?

f) Identifique no poema uma referência à temática da efemeridade do tempo.

g) Para o eu lírico, se a matéria é efêmera, então o que é eterno? Justifique sua resposta com um verso do poema.


Leia um trecho do primeiro capítulo do romance "Vidas secas" de Graciliano Ramos.

Capítulo 1 – Mudança

 

NA PLANÍCIE avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.

Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.

A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.

– Anda, excomungado.

O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.

Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés.

Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a idéia de abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinha Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinha Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinha Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis.

E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silencio grande.

Ausente do companheiro, a cachorra Baleia tomou a frente do grupo. Arqueada, as costelas à mostra, corria ofegando, a língua fora da boca. E de quando em quando se detinha, esperando as pessoas, que se retardavam.

Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, a beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava. Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na catinga. Sinha Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspero, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula. Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo.. Ordinariamente a família falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.







quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Ortografia

Exercício 1

1) Reescreva as frases abaixo em seu caderno substituindo as palavras ou expressões destacadas por outras de igual sentido.

a) Já estão correndo as listas para controle de frequência dos alunos.

b) É possível que essa resolução acalme os ânimos.

c) Não há nenhuma forma de escapar.

d) Convocou uma reunião para discutir como seriam repartidos os encargos.

e) É preciso colocar um ponto final em tanta irresponsabilidade!

f) Cinco dezenas é pouco!

g) Ela não cessa de comer!

h) Tal procedimento corrompe a vida social.

i) É uma entidade que abriga meninas sem pais.

j) Atingiu o ponto máximo há dois anos. Desde então, tem vivido um processo de queda.

k) Construiu diversos prédios para armazenagem prevendo uma grande colheita. Infelizmente, as condições de tempo foram adversas.

l) Vim aqui dar-lhe congratulações!

m) Já haviam erguido muitas casas no bairro.

n) Eu sofri uma queda ao chegar.

o) É uma pessoa desatenta.


Exercício 2

2) Continue:

a) Poucos países possuem condições de concorrer em um mercado tão competitivo.

b) Os imigrantes chegam sempre de regiões conflituosas.

c) As equipes de segurança conservam alguns homens em permanente estado de prontidão.

d) Onde é que eles conseguem aqueles livros raros?

e) Tais palavras não são convenientes a um presidente da república.

f) Os Estados Unidos costumeiramente interferem nos negócios de outros países americanos.

g) Por que ele não intercede e põe fim à disputa?

h) É conveniente que fiquemos aqui.

i) Há muito que seu time não consegue um campeonato.

j) Faz tempo que a polícia local não prende qualquer pessoa.

k) São eles que conservam o poder de decidir sobre essas coisas.

l) Como é que se conseguem esses resultados?

m) De onde chegam esses rumores?

n) É necessário fiscalizar a atividade dos prefeitos e vereadores.

o) É um indivíduo que evita o convívio social. Sua conduta é cheia de gravidade e seriedade


Exercício 3

Reúna as diversas frases em um só período por meio de conjunções e pronomes relativos. Faça as devidas alterações de estrutura.

a) O Camembert é um dos queijos mais consumidos do mundo. Só se tornou popular durante a Primeira Guerra. Conquistou os soldados nas trincheiras.

b) As moscas conseguem detectar tudo o que acontece à sua volta. Têm olhos compostos. Seus olhos lhes dão uma visão de praticamente 360 graus.

c) Tratava-se de uma pessoa. Essa pessoa tinha consciência. Seu lugar só poderia ser aquele. Lutaria até o fim para mantê-lo.

d) Ele ficava à cata das pessoas. Queria conversar. As pessoas não lhe davam a menos atenção.

e) Ele era auxiliado em suas pesquisas por uma professora. Ele morava numa pensão. Ele se casaria mais tarde com essa professora.

f) Era um cais de quase dois quilômetros de extensão. Gostávamos de caminhar ao longo desse cais. O tempo era sempre chuvoso.

g) Era um homem de frases curtas. A boca desse homem só se abria para dizer coisas importantes. Ninguém queria falar dessas coisas.

h) Enxergo, em atitudes desse tipo, uma questão mais profunda. Essa questão é a falta de consciência profissional, uma sociedade, * acontecem casos assim, nunca será respeitada.

i) A escola é o lugar * podem sair futuros cidadãos conscientes * se poderá construir uma nação mais crítica de si mesma.

j) O lixo doméstico, * a maioria dos países não reaproveita, é um dramático problema. Imaginemos então o lixo atômico * não há espaço. 

k) O arrocho salarial * certos governos tanto insistem leva o trabalhador ao desespero. Além disso, os juros, * os comerciantes tanto se queixam, anulam as vias de crédito.

l) O envolvimento de menores de ambos os sexos na prática de crimes é uma verdade. Não podemos fugir dessa verdade. 


Exercício 4

Nas frases a seguir, estão destacadas palavras e expressões cujo uso deve ser evitado. São "modismos" e "frases feitas", indicadores de pobreza vocabular de quem escreve. Procure substituí-las por outras mais adequadas. 

a) A nível de revelação de novos talentos, o time está a todo vapor.

b) O psicólogo quis colocar uma questão. Para ele, é necessário permitir que os jovens conquistem seu espaço.

c) O assunto vai ser abordado sob um novo olhar, que fuja à ideia de um caso que não tem como.

d) De repentemente, resolveu assumir.

e) Em última análise, certas expressões não dizem nada. Até porque muitas delas são dispensáveis.

f) Foi chocante: sabendo administrar o resultado do jogo de ontem, o Brasil carimbou seu passaporte para as semifinais do torneio de consolação.

g) A posição do ministro entrou em rota de colisão com as ideias da liderança sindical.

h) A inflação voltou a atingir patamares sem condições de sustentar.

i) Os traficantes devem ser severamente penalizados pela lei.

j) A nível de preparação para os exames, pode-se sentir firmeza naqueles que, desde o começo do ano, saíram em busca do prejuízo.

k) Os familiares inconsoláveis não deixaram de recompensar os relevantes serviços dos policiais.

l) O leque de opções era limitado; aguentar as solenidades de praxe ou enfrentar o mau tempo reinante.

m) Agarrei-me à certeza de que, àquela hora, o estacionamento estaria literalmente lotado.

n) Depois de um longo e tenebroso inverno, vemos ressurgir a esperança em novos tempos.

o) A indústria de informática está ensaiando seus primeiros passos em direção ao futuro.

p) Foi uma agradável surpresa. Terá sido mera coincidência?

q) Foi aberto rigoroso inquérito, que faria as investigações necessárias. Posteriormente, seriam tomadas medidas drásticas.

r) Há um extenso programa a ser cumprido. É necessário, portanto, conjugar esforços.

s) Após acalorada discussão, seguida de intensa pancadaria, o jogador e o juiz foram encaminhados ao hospital com machucados em toda parte do corpo.

t) Um lamentável acidente fez com que perdêssemos o bonde da história. Parece que o destino nos quer tratar com requintes de crueldade.


Exercício 5

Reescreva as frases seguintes substituindo as palavras ou expressões destacadas por outras mais simples.

a) O resultado do último pleito revelou a insatisfação popular.

b) A lei passará a viger em janeiro.

c) Declinou do convite para o Ministério.

d) O deputado compareceu ao plenário para deslindar alguns pontos de suas declarações à imprensa.

e) O porvir é incerto.

f) Tal lassidão de costumes não é benéfica à vida social.

g) Por que tanta delonga?

h) Sua morosidade chegava a ser irritante.

i) Foi multado pela transgressão à lei.

j) Aquele ato foi uma verdadeira excrescência moral.


Exercício 7

As palavras abaixo são consideradas exemplos de vocábulos pertencentes à norma culta da língua portuguesa. Pesquise o significado de cada uma delas e em seguida redija uma frase, contextualizando cada uma das palavras analisadas neste exercício.

1-Agnóstico

2-Beneplácito

3-Deletério

4-Desasnado

5-Empedernido

6-Filantropo

7-Iconoclasta

8-Idiossincrasia

9-Inócuo

10-Jocoso

11-Lancinante

12-Loquaz

13-Modorrento

14-Odiento

15-Prognóstico

16-Quimera

17-Recôndito

18-Sectário

19-Sumidade

20-Taciturno

21-Ufanismo

22-Urdidura

23-Verossimilhança

24-Vicissitude

25-Zoomórfico



Exercício 8

Substitua cada conjunto destacado por um única palavra.

a) O juiz lerá novamente os documentos do processo.
b) É necessário fazer outra vez todos os cálculos.
c) Depois de vários anos, vou tornar a ver meus pais.
d) Não havia motivo para pôr os interesses individuais antes dos interesses coletivos.
e) Não há como dizer o contrário do que eu afirmei.
f) Deixou a todos sem proteção.
g) Seu comportamento despido de honestidade foi punido.
h) Queria um liberdade sem restrições.
i) Os documentos foram datados com antecedência.
j) Depois de passar além destes limites, descansaremos.
k) Nem todos os países conseguem competir no mercado de todos as nações.
l) Foi construída uma passagem debaixo da terra para evitar atropelamentos.
m) Passe uma linha por baixo das palavras cujo significado você desconhece.
n) Descobriram restos de homens que viveram antes do período histórico no Piauí.
o) Há rastros de animais que viveram antes do Dilúvio naquela região.
p) As civilizações que existiam antes da chegada de Cristóvão Colombo deixaram marcas na vida da América do Sul.
q) Precisava tomar injeções dentro do músculo.


Exercício 9

Leia as frases abaixo e coloque vírgulas quando necessário:

 a) Querido trouxe um presente para você.

b) Desde a infância descobri que a vida é cheia de oportunidades.

c) Eu prefiro futebol ela handebol.

d) Eu recuperei as notas a confiança a tranquilidade e a viagem nas férias.

e) Eu estava certa de minha decisão portanto não me arrependi.

f) Ela a garota mais popular da escola me pediu ajuda para estudar português.

g) O gerente era muito respeitado ou melhor muito temido.

h) O dia foi marcado porém os alunos não poderão vir.

i) Fabiane estudou muito para a prova entretanto não conseguiu a aprovação.

j) Todos foram à festa mas poucos gostaram das apresentações. 

k) Samara adora dormir tarde todavia sente sono cedo.

l) Parabéns meu filho! 

m) Lucas aquele que mora em Santos vai se mudar para o Chile.

n) A Holanda por exemplo é um local onde a maioria da população fala inglês.

o) Naquela tarde todos haviam saído.

p) Gregório de Matos que é a principal expressão do Barroco no Brasil era conhecido como “boca de inferno”.

q) O meu cachorro que é muito sociável adora passear pelas ruas da minha cidade.

r) Nossos times que treinavam diariamente foram campeões nos jogos escolares 2022.

s) O exame final do concurso público que estava muito difícil deixou todos apreensivos.

t) Ajude um ladrão!


Exercício 10

Substitua os asteriscos por uma das palavras que se encontram entre parênteses.

a) O pobre homem parecia não ter * de ridículo. (censo/senso)

b) Poucos são os sapateiros que fazem um * bem-feito. (conserto/concerto)

c) O funcionário foi transferido par uma outra *. (sessão/seção/cessão)

d) Com base nos resultados deste *, os ministros poderão traçar as diretrizes de uma política agrária. (censo/senso)

e) Espera-se que o conjunto de cordas realize um * nos próximos dias. (conserto/concerto)

f) Ninguém pode calcular a importância que teve a * destes materiais de construção. (sessão/seção/cessão)

g) Naquele dia, todos  aguardavam a presença do economista para, na Câmara Municipal, iniciar a *. (sessão/seção/cessão)

h) O bom * deve prevalecer em nossas decisões. (censo/senso)

i) O * deste aparelho de televisão é caríssimo. (conserto/concerto)

j) Assistimos à * de cinema. (cessão/sessão/seção)

Variação: Crie uma frase com cada palavra estudada nesse exercício.















Editorial

 Exercício 1


Nós do SUS

Há muito a melhorar na gestão, mas saúde pública também precisará de mais verba

 

    Houve um tempo em que o único "serviço" que o cidadão poderia esperar do Estado era um exército que protegeria a cidade de invasores. Aos poucos, vieram também uma força policial e algo que com muito boa vontade poderíamos chamar de sistema de Justiça.

    A partir do século 18, países mais avançados adicionaram à lista a educação pública e, mais tarde, um sistema de pensões. Foi só depois da Segunda Guerra que veio a explosão de serviços que caracterizam os Estados contemporâneos. E o mais complexo deles é, sem dúvida alguma, a saúde.

    O Brasil, num raro destaque positivo, é o único país de renda média do mundo a oferecer um sistema universal de saúde gratuito à sua população. E os desafios do SUS, já imensos antes da pandemia, tornaram-se ainda maiores depois, como mostrou reportagem da série Nós do Brasil, na Folha.

    O problema de base é, evidentemente, o subfinanciamento. Embora os gastos públicos e privados do Brasil com saúde sejam até proporcionalmente maiores que de países desenvolvidos, o jogo muda inteiramente quando se consideram apenas despesas de governo.

    Em 2019, os desembolsos totais chegaram a 9,6% do Produto Interno Bruto, ante 8,8% na média da OCDE. Já o dispêndio público ficou em 3,8% do PIB, ante 6,5%.

   A pandemia escancarou o papel essencial do SUS. Embora nosso desempenho na crise sanitária tenha sido péssimo, muito pior seria sem o sistema de saúde.

    A grande disposição com que a população arregaçou as mangas para tomar as primeiras doses da vacina, a despeito da insistente propaganda contrária de Jair Bolsonaro (PL), tem muito a ver com a confiança acumulada em vários anos do programa nacional de imunização, apontado como um dos melhores do mundo.

    Seja como for, a pandemia colocou ainda mais pressão sobre o SUS. A demanda pelos serviços, que já era maior do que a oferta, foi reprimida por cerca de dois anos. A chamada Covid longa criou uma nova categoria de usuários; algo parecido vale para a saúde mental.

    Embora o sistema esteja sendo mais exigido, é difícil imaginar como suas verbas possam aumentar de forma permanente. O Brasil lida com severa restrição orçamentária, agravada pela recente rodada de gastos eleitorais. Há amplo espaço para melhorias na gestão, mas isso não bastará para equacionar todas as carências.

    O melhor caminho é cortar algo dos muitos subsídios e programas ineficientes bancados pelo Estado brasileiro para aumentar os recursos para a saúde pública. Politicamente, trata-se, na maior parte dos casos, de enfrentar grupos de interesse e suas benesses.

www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022

 

1) Os editoriais são gêneros textuais que fazem parte de que grupo de textos?

a) Jurídicos

b) Religiosos

c) Publicitários

d) Jornalísticos

 

2) O editorial lido tem qual a finalidade?

 

3) Quais são as demais características do gênero editorial?

 

4) Qual foi a modalidade linguística e a pessoa gramatical empregadas no texto? Encontre um fragmento que comprove sua resposta.

 

5) O editorial foi construído a partir de que fato?

 

6) No último parágrafo há uma informação que comprova a posição do jornal? Justifique.

 

7) Você concorda com a posição do jornal? Justifique.

 

8) No editorial em estudo, que fundamento o autor do texto faz para construir a defesa da tese. Indique a alternativa que apresenta as estratégias argumentativas encontradas no texto.

a) Dados informativos e estatísticos.

b) Citações de autores e livros.

c) Depoimentos e dados históricos.

d) Cita pensamentos filosóficos.

 

9) Encontre no texto um exemplo de fragmento que pode ser considerado como fato. Em seguida, tente encontrar mais um exemplo de fragmento que representa uma opinião.

 

10) Encontre no texto fragmentos onde é possível identificar elementos de coesão que expressam

a) oposição.

b) adição.

c) alternância.

e) conclusão.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Modernismo 1ª fase

 Análise de pinturas e textos literários da primeira fase modernista


Tarsila do Amaral



Cândido Portinari






Di Cavalcanti



Anita Malfati




Oswald de Andrade



Canto de Regresso à Patria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os pássaros daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo



Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro



Erro de português

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.



Digestão

A couve mineira tem gosto de bife inglês
Depois do café e da pinga
O gozo de acender a palha
Enrolando o fumo
De Barbacena ou de Goiás
Cigarro cavado
Conversa sentada




Manuel Bandeira



Irene no Céu

Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.



Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Momento num café 

Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.

Exercício

Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei 

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive 

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar 

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

(Manuel Bandeira)

Responda em seu caderno:

1. Qual é o significado de Pasárgada para o eu lírico? 

2. No poema ocorre antítese entre aqui e lá. Identifique o espaço a que se refere cada um desses advérbios. 

3. Que verso do poema sintetiza o motivo da evasão da realidade? 

4. Esse mecanismo de evasão da realidade foi frequente em outro estilo de época. Qual? 

5. A realidade de Pasárgada não obedece à lógica. Anote dois fatos dessa realidade que permitem tal conclusão. 

6. Na adolescência, o poeta Manuel Bandeira contraiu tuberculose, que na época era uma doença fatal. Releia a terceira estrofe do poema e reflita: as atividades que o eu lírico vê como possíveis em Pasárgada são rotineiras na juventude. Por que, então, ele as valoriza tanto? 

7. Os anseios que o eu lírico pretende concretizar em Pasárgada são de natureza predominantemente espirituais ou materiais?  

8. Na biografia de Bandeira consta que lhe serviu de babá uma mulata chamada Rosa, que é citada no poema. Quem, lá em Pasárgada, exercerá o papel que Rosa desempenhou aqui? Por quê?


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