domingo, 25 de setembro de 2022

Interpretação de texto - Ensino Médio

Exercício 1


O Colecionador de pedras

Pedro
Nasceu em dia de chuva,
No ventre da tempestade.
Deus deu-lhe a vida
A mãe, luz a pele escura.
Dona Ana era jardineira
Plantava flores sobre pedras.
O pai, espinho de trepadeira,
Apenas doou o esperma.
Pedra preciosa
Foi recebido pelo destino
Com quatro pedras na mão.
A fome, de forma desonrosa
Transformou em homem, o menino
Que brincava com os pés no chão.
Por causa da pobreza,
A pedra do seu sapato,
Vendeu pedra de gelo
Com gosto de chocolate.
Humilde,
mas só se curvou de joelhos
quando foi engraxate.
Pedra lascada
Construiu edifícios,
Varreu ruas,
escreveu poemas.
Mestre sem nenhum ofício
Tornou-se pedregulho, no rim do sistema.
Rocha,
Onde a vida queria grão de areia,
O poeta canta sua dor
rima a dor alheia.
E sem deixar pedra sobre pedra
Do rancor, o amor ele sampleia*.

Sérgio Vaz

Sampleia* (reconstruir sons e criar uma nova composição)


a) Faça uma análise das características da mãe e do pai do personagem Pedro, retratados no poema. Retire fragmentos que comprovem sua opinião.

b) Levante hipóteses: por que a maturidade de Pedro se estabeleceu precocemente?

c) Analise a metáfora "tornou-se pedregulho no rim do sistema". Justifique.

d) Existem algumas características do personagem Pedro que se encaixam no seu projeto de vida? Comente.



Exercício 2

Os Miseráveis.

‎Vítor nasceu no Jardim das Margaridas.
Erva daninha, nunca teve primavera.
Cresceu sem pai, sem mãe, sem norte, sem seta.
Pés no chão, nunca teve bicicleta.
Já Hugo, não nasceu, estreou.
Pele branquinha, nunca teve inverno.
Tinha pai, tinha mãe, caderno e fada madrinha.
Vítor virou ladrão, Hugo salafrário.
Um roubava pro pão, o outro, pra reforçar o salário.
Um usava capuz, o outro, gravata.
Um roubava na luz, o outro, em noite de serenata.
Um vivia de cativeiro, o outro, de negócio.
Um não tinha amigo: parceiro.
O outro, tinha sócio.
Retrato falado, Vítor tinha a cara na notícia,
enquanto Hugo fazia pose pra revista.
O da pólvora apodrece penitente, o da caneta
enriquece impunemente 
A um, só resta virar crente, o outro, é candidato a presidente.

Sérgio Vaz


a) Na sua opinião, qual foi o pior criminoso? Por quê? Justifique.

b) Faça uma interpretação subjetivas dos versos "Nunca teve primavera" e "Nunca teve inverno". Tente revelar os múltiplos sentidos dessas metáforas na perspectiva do personagem Vitor.

c) Qual verso do poema mais lhe chamou a atenção? Justifique sua resposta.



Exercício 3

Metáfora

Uma lata existe para conter algo

Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível


Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber

O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora


Gilberto Gil


a) É correto dizer que a  palavra “lata” no 2º verso da 1ª estrofe está no sentido figurado? Justifique a sua resposta.


b) Qual é a sua interpretação do verso “na lata do poeta tudonada cabe”?


c) Relacione o título do poema com a mensagem da música?



Exercício 4

Geração Coca-Cola

Quando nascemos fomos programados a receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados dos U.S.A de nove às seis
Desde pequenos nós comemos lixo comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez, vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola  

Depois de vinte anos na escola não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo, não é assim que tem que ser? Vamos fazer nosso dever de casa e aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola  

Legião Urbana


a) Em sua opinião, baseando-se nas pistas textuais, qual é o objetivo do texto?

b) Em sua opinião, baseando-se nas pistas textuais, o que representa a expressão “Geração Coca-Cola”?

c) Há tentativa do autor de promover a interação com o leitor. Justifique sua resposta a partir do texto.



Leia o texto abaixo para responder às questões:


No lugar do outro
   Estamos vivendo uma crise intensa: a das relações humanas. Todos os dias testemunhamos ou protagonizamos, tanto na vida presencial quanto na virtual, comportamentos e atitudes que vão do ódio declarado ou sutil ao desdém em relação ao outro. As relações humanas, sempre tão complexas, exigem, no entanto, delicadeza, atenção e compromisso social. Tem sido difícil manter a saúde mental e a qualidade de vida no contexto atual.     Crianças e adolescentes já dão sinais claros de que têm aprendido muito com nossa dificuldade em conviver com as diferenças e de respeitá-las de tentar colocar-se no lugar do outro para compreender suas posições e atitudes; de ter compaixão; de conflitar em vez de confrontar, de agir com doçura, por exemplo. Conseguir fazer isso é ter empatia com o outro.
   Pais e professores têm reclamado de comportamentos provocativos desrespeitosos, desafiadores e desobedientes dos mais novos. Entretanto, se pudéssemos nos dedicar por alguns momentos à auto-observação, constataríamos essas características também em nós, adultos.
   Mas são os mais novos que levam a pior nessa história, crianças e adolescentes que desobedecem, desafiam e tem comportamentos considerados agressivos, como os nossos, podem receber diagnósticos e orientação para tratamento. Conheço famílias com filhos diagnosticados com “Transtorno Desafiador Opositivo”, porque têm comportamentos típicos da idade. Há uma grande preocupação global com a nossa atual falta de empatia. Um sinal disso foi a inauguração, em Londres, do primeiro Museu da Empatia.
   Nele, os visitantes são convocados a experimentar/enxergar o mundo pelo olhar de um outro - não próximo ou conhecido, mas um outro com quem eles não têm qualquer relação. A expressão que deu sentido ao museu é a expressão inglesa “in your shoes” (em seus sapatos), que em língua portuguesa significa “em seu lugar”.
    Os visitantes se deparam, na entrada, com uma caixa com diferentes pares de sapatos usados. Escolhem um de seu número para calçar e recebem um áudio que conta uma parte da história da
pessoa que foi dona daquele par.
    Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la mais facilmente do que nós. Um pai me contou, comovido, que conversava com um amigo a respeito da situação de muitos refugiados de países em guerra e que comentou que não adiantava a busca por outro local, já que a crise de empregos era mundial. Seu filho, de sete anos, que estava por perto, perguntou de imediato: “Pai, se tivesse guerra aqui, você preferiria que eu morresse?”. Ele mudou de ideia.
   Estacionar o carro em vaga de idosos, grávidas e portadores de deficiência é mais do que contravenção: é falta de empatia. Reclamar da lentidão dos velhos é mais do que desrespeito: é falta de empatia. Agredir ostensivamente o outro por suas posições é mais do que dificuldade em lidar com as diferenças: é falta de empatia. Do mesmo modo, reclamar do comportamento dos mais novos é falta de empatia.
       A empatia pode provocar uma grande mudança social, diz Roman Krznari, estudioso do tema. Vamos desenvolvê-la para ensiná-la?
(Folha de S. Paulo, 22/9/2015)


1 – Os textos de opinião costumam apresentar o tema e o ponto de vista do autor nos primeiros parágrafos.

a) Qual é a afirmação feita no início, em torno da qual a autora desenvolve o texto?

b) O fenômeno apontado no 1o parágrafo diz respeito a um termo do âmbito da psicologia apre-
sentado pela autora no 2o parágrafo. Qual é esse termo? A que ele corresponde?

c) Em que consiste o fenômeno apontado pela autora? Como ele se manifesta? Dê exemplos extraídos do texto.


2 – De acordo com o texto, a falta de empatia é um problema específico das crianças e dos jovens?
Justifique sua resposta com elementos do texto.


3 – Um texto argumentativo pode ser desenvolvido com exemplos, citações, comparações, dados estatísticos, etc. No 5º, no 6º e no 7º parágrafos, a autora comenta o “Museu da Empatia”, em Londres.
a) Que efeito a referência à inauguração deste museu traz para a argumentação da autora?
b) Com que finalidade o museu convida os visitantes a calçar sapatos de outras pessoas e a ouvir a história delas?


4 – Releia este trecho do texto:
“Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la mais facilmente do que nós.” a) Por que, segundo a autora, é necessário que os adultos desenvolvam e exercitem a empatia?
b) Você concorda com o ponto de vista da autora de que as pessoas mais jovens podem ter empatia mais facilmente do que os adultos? Por quê?


5 – No 9º parágrafo, para ilustrar com mais um exemplo seu ponto de vista, Rosely Sayão cita o relato de um pai que fez um comentário sobre os refugiados de guerra e provocou uma reação inesperada do filho.
a) Por que o pai mudou de ideia depois do comentário do filho?
b) Nessa situação, o filho demonstrou ter mais empatia do que o pai? Por quê?


6 – A estrutura de um artigo de opinião não é rígida, mas normalmente é apresentada a ideia principal do texto no 1º ou no 2º parágrafo, há um desenvolvimento, com dois ou três parágrafos, e um parágrafo final como conclusão.
a) No artigo de opinião lido, qual é a ideia principal presente na conclusão?
b) A pergunta “Vamos desenvolvê-la para ensiná-la?” é dirigida a quem? Por quê?


7 – Observe a linguagem do texto.
a) Ela está de acordo com a norma padrão? É formal ou informal? Justifique sua resposta com elementos do texto.
b) Em um texto argumentativo, o autor pode se colocar
• de modo impessoal e mais distanciado, empregando verbos e pronomes na 3a pessoa do singular. • de modo relativamente impessoal, empregando o pronome nós (1a pessoa do plural) como se falasse em nome de um grupo em que se inclui ou como recurso de generalização. • de modo pessoal, fazendo referência a si mesmo.
Quais desses modos a autora do texto utilizou para construir sua argumentação? Quando ela opta por um ou outro desses recursos? Justifique sua resposta com exemplos extraídos do texto.

No lugar do outro

Estamos vivendo uma crise intensa: a das relações humanas. Todos os dias testemunhamos ou protagonizamos, tanto na vida presencial quanto na virtual, comportamentos e atitudes que vão do ódio declarado ou sutil ao desdém em relação ao outro. As relações humanas, sempre tão complexas, exigem, no entanto, delicadeza, atenção e compromisso social. Tem sido difícil manter a saúde mental e a qualidade de vida no contexto atual.

Crianças e adolescentes já dão sinais claros de que têm aprendido muito com nossa dificuldade em conviver com as diferenças e de respeitá-las; de tentar colocar-se no lugar do outro para compreender suas posições e atitudes; de ter compaixão; de conflitar em vez de confrontar; de agir com doçura, por exemplo. Conseguir fazer isso é ter empatia com o outro.

Pais e professores têm reclamado de comportamentos provocativos, desrespeitosos, desafiadores e desobedientes dos mais novos. Entretanto, se pudéssemos nos dedicar por alguns momentos à auto-observação, constataríamos essas características também em nós, adultos.

Mas são os mais novos que levam a pior nessa história: crianças e adolescentes que desobedecem, desafiam e têm comportamentos considerados agressivos, como os nossos, podem receber diagnósticos e orientação para tratamento. Conheço famílias com filhos diagnosticados com "Transtorno Desafiador Opositivo", porque têm comportamentos típicos da idade.

Há uma grande preocupação global com a nossa atual falta de empatia. Um sinal disso foi a inauguração, em Londres, do primeiro Museu da Empatia.

Nele, os visitantes são convocados a experimentar/enxergar o mundo pelo olhar de um outro -não próximo ou conhecido, mas um outro com quem eles não têm qualquer relação. A expressão que deu sentido ao museu é a expressão inglesa "in your shoes" (em seus sapatos), que em língua portuguesa significa "em seu lugar".

Os visitantes se deparam, na entrada, com uma caixa com diferentes pares de sapatos usados. Escolhem um de seu número para calçar e recebem um áudio que conta uma parte da história da pessoa que foi dona daquele par.

Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la mais facilmente do que nós. Um pai me contou, comovido, que conversava com um amigo a respeito da situação de muitos refugiados de países em guerra e que comentou que não adiantava a busca por outro local, já que a crise de empregos era mundial. Seu filho, de sete anos, que estava por perto, perguntou de imediato: "Pai, se tivesse guerra aqui, você preferiria que eu morresse?". Ele mudou de ideia.

Estacionar o carro em vaga de idosos, grávidas e portadores de deficiência é mais do que contravenção: é falta de empatia. Reclamar da lentidão dos velhos é mais do que desrespeito: é falta de empatia. Agredir ostensivamente o outro por suas posições é mais do que dificuldade em lidar com as diferenças: é falta de empatia.

Do mesmo modo, reclamar do comportamento dos mais novos é falta de empatia.

A empatia pode provocar uma grande mudança social, diz Roman Krznari, estudioso do tema. Vamos desenvolvê-la para ensiná-la?

ROSELY SAYÃO

1- Os textos de opinião costumam

apresentar o tema e o ponto de vista do autor nos primeiros parágrafos.

a) Qual é a afirmação feita no início, em torno da qual a autora desenvolve o texto?

b) O fenômeno apontado no 1º parágrafo diz respeito a um termo do âmbito da psicologia apresentado pela autora no 2º parágrafo. Qual é esse termo? A que ele corresponde?

c) Em que consiste o fenômeno apontado pela autora? Como ele se manifesta? Dê exemplos extraídos no texto.

2- De acordo com o texto, a falta de

empatia é um problema específico das crianças e dos jovens? Justifique sua resposta com elementos do texto.

3- Um texto argumentativo pode ser

desenvolvido com exemplos, citações, comparações, dados estatísticos, etc. No 5º, no 6º e no 7º parágrafos, a autora comenta o Museu da Empatia, em Londres.

a) Que efeito a referência à inauguração desse museu traz para a argumentação da autora?

b) Com que finalidade o museu convida os

visitantes a calçar sapatos de outras pessoas e a ouvir a história delas?

4- Releia este trecho do texto:

"Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la mais facilmente do que nós."

a) Por que, segundo a autora, é necessário que os adultos desenvolvam e exercitem a empatia?

b) Você concorda com o ponto de vista da autora de que as pessoas mais jovens podem ter empatia mais facilmente do que os adultos? Por quê?

5- No 9º parágrafo, para ilustrar com mais

um exemplo seu ponto de vista, Rosely Sayão cita o relato de um pai que fez um comentário sobre os refugiados de guerra e provocou uma reação inesperada do filho. 

a) Por que o pai mudou de ideia, depois do comentário do filho?

b) Nessa situação, o filho demonstrou ter mais empatia do que o pai? Por quê?

6- A estrutura de um artigo de opinião não

é rígida, mas normalmente é apresentada a ideia principal do texto no 1º ou no 2º parágrafo, há um desenvolvimento, com dois ou três parágrafos, e um parágrafo final como conclusão.

a) No artigo de opinião lido, qual é a ideia principal presente na conclusão?

b) A pergunta "Vamos desenvolvê-la para ensiná-la?" é dirigida a quem? Por quê?

7- Observe a linguagem do texto.

a) Ela está, ou não, de acordo com a

norma-padrão? É formal ou informal? Justifique sua resposta com elementos do texto.

b) Nos artigos de opinião, o autor pode escrever em primeira ou terceira pessoa. Qual dessas pessoas predomina no artigo lido? Justifique com fragmentos do texto. 





quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Artigo de opinião

A VOZ DOS JOVENS

 A educação tem ocupado espaço de destaque nos meios de comunicação nos últimos meses. Isso ocorre não apenas por conta da realização do Enem, principal porta de entrada ao ensino superior no país. Deve-se, sobretudo, às propostas do teto dos gastos públicos e de reforma do ensino médio, que enfrentam forte resistência de diferentes setores da sociedade, em especial dos estudantes que ocuparam mais de mil estabelecimentos de ensino.

 É neste contexto que reverberou nas redes sociais a fala da adolescente Ana Júlia Ribeiro, que defendeu o direito à educação e a posição contrária do movimento secundarista frente às reformas, em sessão na Assembleia Legislativa do Paraná. Apesar de nossos baixos indicadores educacionais, há muitas Anas Júlias pelo Brasil afora. Por isso, vale destacar outras iniciativas que contribuem para ampliar o repertório argumentativo de nossas crianças e jovens e comprovam que a escola pública é, sim, capaz de promover a aprendizagem.

 É o caso da “Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro”, que reuniu estudantes do ensino médio, finalistas da etapa regional no gênero artigo de opinião, todos da rede pública. Durante o encontro, além de escrever belos textos, eles debateram, com ponderação e bons argumentos, os avanços e os desafios das políticas para a garantia e a ampliação do acesso à universidade. Em um momento em que faltam diálogo e discussões qualificadas no debate público brasileiro, a fala de Ana Júlia e a dos finalistas da Olimpíada trazem pontos de vista diferentes, apoiados em estudos e dados, sobre possibilidades concretas de escolherem seus próprios projetos de vida.

 Mas por que, hoje, temos jovens tão engajados? Pela primeira vez no país, há uma população oriunda de classses sociais mais amplas e diversas que se manifesta porque teve mais acesso à educação. Agora, ela quer mais. O Brasil avançou muito desde a promulgação da Constituição de 1988. Contudo, ainda há muito por fazer. São inúmeros os exemplos do nosso atraso. Avançamos em todas as modalidades de ensino, mas o buraco era e ainda é muito fundo. Somente em 2014 o Brasil conseguiu ter 61,4% dos jovens de 15 a 17 anos no ensino médio e 17,7% da população de 18 a 24 anos, no superior.

 Esses números ainda são baixos, mesmo comparados aos países da América Latina. Além disso, amargamos resultados vergonhosos de qualidade, tanto nas avaliações nacionais como nas internacionais. A ausência de uma política de Estado, de um projeto de país que priorize a educação de seu povo, é um erro que trouxe graves consequências na qualificação da população. Contribuiu, de certa forma, para a permanência de enormes desigualdades sociais. Refletir sobre essa perspectiva nos ajuda a contextualizar as escolhas que o país precisa fazer diante da grave crise fiscal atual e da discussão sobre os gastos públicos. Talvez nada seja mais ideológico do que apontar caminhos e saídas com foco exclusivo na economia, ainda que ela seja fator fundamental.

 Sem uma população com níveis adequados de educação, não conseguiremos ser um país desenvolvido em nenhuma das métricas internacionais. É preciso encontrar novos caminhos e cabe a nós, sociedade brasileira, traçar esse rumo. Os jovens podem e devem ser incluídos nesse debate. Será que mais uma vez cometeremos um erro histórico que poderá nos levar a sair da crise fiscal, mas deixará o país novamente na rabeira do desenvolvimento, por comprometermos o futuro de crianças e jovens? A opção está em nossas mãos

 

1. Em relação ao título do artigo, pode-se dizer que ele reflete o posicionamento e a tese defendida pela autora? Qual é? Justifique.


2. Considere outras passagens do artigo:

I – “Isso ocorre não apenas por conta da realização do Enem, principal porta de entrada ao ensino superior no país.”

II – “Apesar de nossos baixos indicadores educacionais, há muitas Anas Júlias pelo Brasil afora.”

III – “O Brasil avançou muito desde a promulgação da Constituição de 1988. Contudo, ainda há muito por fazer.”

IV – “Os jovens podem e devem ser incluídos nesse debate.


Os trechos do artigo de opinião que retomam e reforçam o posicionamento e a tese presentes no título são:

a) I e II, apenas.

b) I, II e III, apenas.

c) I e IV, apenas.

d) II e III, apenas.

e) II e IV, apenas.

 

Releia os fragmentos abaixo para responder às questões 3 e 4.

Apesar de nossos baixos indicadores educacionais, há muitas Anas Júlias pelo Brasil afora. Por isso, vale destacar outras iniciativas que contribuem para ampliar o repertório argumentativo de nossas crianças e jovens e comprovam que a escola pública é, sim, capaz de promover a aprendizagem.

É o caso da “Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro”, que reuniu estudantes do ensino médio, finalistas da etapa regional no gênero artigo de opinião, todos da rede pública.

Durante o encontro, além de escrever belos textos, eles debateram, com ponderação e bons argumentos, os avanços e os desafios das políticas para a garantia e a ampliação do acesso à universidade.

 

3. No trecho, as locuções conjuntivas "apesar de" e "por isso", respectivamente, sem perda de sentido, poderiam ser substituídas por:

a) Ainda que; portanto

b) Não obstante; por essa razão

c) Mesmo com; entretanto

d) Com exceção de; por causa disso

e) Além de; em conclusão

 

4. A frase “a escola pública é, sim, capaz de promover a aprendizagem” constitui um argumento

a) de autoridade.

b) de raciocínio lógico.

c) por exemplificação.

d) por consenso.

e) por comprovação.

 

5. Assinale o trecho que constitui um argumento por comprovação:

a) “Deve-se, sobretudo, às propostas do teto dos gastos públicos e de reforma do ensino médio, que enfrentam forte resistência de diferentes setores da sociedade, em especial dos estudantes que ocuparam mais de mil estabelecimentos de ensino.”

b) “O Brasil avançou muito desde a promulgação da Constituição de 1988. Contudo, ainda há muito por fazer.”

c) “Somente em 2014 o Brasil conseguiu ter 61,4% dos jovens de 15 a 17 anos no ensino médio e 17,7% da população de 18 a 24 anos no superior.”

d) “A ausência de uma política de Estado, de um projeto de país que priorize a educação de seu povo, é um erro que trouxe graves consequências na qualificação da população.”

e) “Sem uma população com níveis adequados de educação, não conseguiremos ser um país desenvolvido em nenhuma das métricas internacionais.”

 

6. No trecho – “Em um momento em que faltam diálogo e discussões qualificadas no debate público brasileiro, a fala de Ana Júlia e a dos finalistas da Olimpíada trazem pontos de vista diferentes, apoiados em estudos e dados, sobre possibilidades concretas de escolherem seus próprios projetos de vida.” – o processo persuasivo utilizado é de

a) contraposição de fatos.

b) comparação entre pessoas.

c) retificação de opiniões.

d) desqualificação dos oponentes.

e) explicitação de ideias comuns.

 

7. Destaque e compare as perguntas retóricas no texto. Com que finalidade foram usadas?

 

8. O artigo apresenta trechos na primeira pessoa do plural. Observe esse emprego na frase: “É preciso encontrar novos caminhos e cabe a nós, sociedade brasileira, traçar esse rumo”. Trata-se de uma estratégia discursivo-persuasiva da autora do texto? Explique.

 

9. Quais as características temáticas, estilísticas (linguísticas) e composicionais do texto que permitem caracterizá-lo como um artigo de opinião? justifique.


Leia o artigo de opinião abaixo para responder às questões.


No lugar do outro

Estamos vivendo uma crise intensa: a das relações humanas. Todos os dias testemunhamos ou protagonizamos, tanto na vida presencial quanto na virtual, comportamentos e atitudes que vão do ódio declarado ou sutil ao desdém em relação ao outro. As relações humanas, sempre tão complexas, exigem, no entanto, delicadeza, atenção e compromisso social. Tem sido difícil manter a saúde mental e a qualidade de vida no contexto atual.

Crianças e adolescentes já dão sinais claros de que têm aprendido muito com nossa dificuldade em conviver com as diferenças e de respeitá-las; de tentar colocar-se no lugar do outro para compreender suas posições e atitudes; de ter compaixão; de conflitar em vez de confrontar; de agir com doçura, por exemplo. Conseguir fazer isso é ter empatia com o outro.

Pais e professores têm reclamado de comportamentos provocativos, desrespeitosos, desafiadores e desobedientes dos mais novos. Entretanto, se pudéssemos nos dedicar por alguns momentos à auto-observação, constataríamos essas características também em nós, adultos.

Mas são os mais novos que levam a pior nessa história: crianças e adolescentes que desobedecem, desafiam e têm comportamentos considerados agressivos, como os nossos, podem receber diagnósticos e orientação para tratamento. Conheço famílias com filhos diagnosticados com "Transtorno Desafiador Opositivo", porque têm comportamentos típicos da idade.

Há uma grande preocupação global com a nossa atual falta de empatia. Um sinal disso foi a inauguração, em Londres, do primeiro Museu da Empatia.

Nele, os visitantes são convocados a experimentar/enxergar o mundo pelo olhar de um outro -não próximo ou conhecido, mas um outro com quem eles não têm qualquer relação. A expressão que deu sentido ao museu é a expressão inglesa "in your shoes" (em seus sapatos), que em língua portuguesa significa "em seu lugar".

Os visitantes se deparam, na entrada, com uma caixa com diferentes pares de sapatos usados. Escolhem um de seu número para calçar e recebem um áudio que conta uma parte da história da pessoa que foi dona daquele par.

Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la mais facilmente do que nós. Um pai me contou, comovido, que conversava com um amigo a respeito da situação de muitos refugiados de países em guerra e que comentou que não adiantava a busca por outro local, já que a crise de empregos era mundial. Seu filho, de sete anos, que estava por perto, perguntou de imediato: "Pai, se tivesse guerra aqui, você preferiria que eu morresse?". Ele mudou de ideia.

Estacionar o carro em vaga de idosos, grávidas e portadores de deficiência é mais do que contravenção: é falta de empatia. Reclamar da lentidão dos velhos é mais do que desrespeito: é falta de empatia. Agredir ostensivamente o outro por suas posições é mais do que dificuldade em lidar com as diferenças: é falta de empatia.

Do mesmo modo, reclamar do comportamento dos mais novos é falta de empatia.

A empatia pode provocar uma grande mudança social, diz Roman Krznari, estudioso do tema. Vamos desenvolvê-la para ensiná-la?

ROSELY SAYÃO


10 - Os textos de opinião costumam apresentar o tema e o ponto de vista do autor nos primeiros parágrafos.

a) Qual é a afirmação feita no início, em torno da qual a autora desenvolve o texto?

b) O fenômeno apontado no 1º parágrafo diz respeito a um termo do âmbito da psicologia apresentado pela autora no 2º parágrafo. Qual é esse termo? A que ele corresponde?

c) Em que consiste o fenômeno apontado pela autora? Como ele se manifesta? Dê exemplos extraídos no texto.


11- De acordo com o texto, a falta de empatia é um problema específico das crianças e dos jovens? Justifique sua resposta com elementos do texto.


12- Um texto argumentativo pode ser desenvolvido com exemplos, citações, comparações, dados estatísticos, etc. No 5º, no 6º e no 7º parágrafos, a autora comenta o Museu da Empatia, em Londres.

a) Que efeito a referência à inauguração desse museu traz para a argumentação da autora?

b) Com que finalidade o museu convida os visitantes a calçar sapatos de outras pessoas e a ouvir a história delas?


13- Releia este trecho do texto:

"Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles podem tê-la mais facilmente do que nós."

a) Por que, segundo a autora, é necessário que os adultos desenvolvam e exercitem a empatia?

b) Você concorda com o ponto de vista da autora de que as pessoas mais jovens podem ter empatia mais facilmente do que os adultos? Por quê?


14- No 9º parágrafo, para ilustrar com mais um exemplo seu ponto de vista, Rosely Sayão cita o relato de um pai que fez um comentário sobre os refugiados de guerra e provocou uma reação inesperada do filho. 

a) Por que o pai mudou de ideia, depois do comentário do filho?

b) Nessa situação, o filho demonstrou ter mais empatia do que o pai? Por quê?


15- A estrutura de um artigo de opinião não é rígida, mas normalmente é apresentada a ideia principal do texto no 1º ou no 2º parágrafo, há um desenvolvimento, com dois ou três parágrafos, e um parágrafo final como conclusão.

a) No artigo de opinião lido, qual é a ideia principal presente na conclusão?

b) A pergunta "Vamos desenvolvê-la para ensiná-la?" é dirigida a quem? Por quê?


16- Observe a linguagem do texto.

a) Ela está, ou não, de acordo com a norma-padrão? É formal ou informal? Justifique sua resposta com elementos do texto.

b) Nos artigos de opinião, o autor pode escrever em primeira ou terceira pessoa. Qual dessas pessoas predomina no artigo lido? Justifique com fragmentos do texto. 


Leia os textos abaixo para responder ao que se pede.


Texto I

3ª Do Plural

Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse
Tossir, cuspir, jogar pra fora

Corrida pra vender os carros
Pneu, cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina

Eles querem te vender
Eles querem te comprar
Querem te matar (de rir)
Querem te fazer chorar

Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?

Corrida contra o relógio
Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho, velocidade
Quem mente antes diz a verdade

Satisfação garantida
Obsolescência programada
Eles ganham a corrida
Antes mesmo da largada

Eles querem te vender
Eles querem te comprar
Querem te matar (a sede)
Eles querem te sedar

(refrão)

Vender, comprar, vendar os olhos
Jogar a rede... contra a parede
Querem te deixar com sede
Não querem te deixar pensar 

Engenheiros do Hawaii


Texto II

Admirável Chip Novo

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo

Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga

Não, senhor, sim, senhor
Não, senhor, sim, senhor

Pitty


17- Qual é a temática em comum aos dois textos?


18- Em que sentido vai a argumentação dos dois textos?


19- Redija um parágrafo argumentativo em 3ª pessoa acerca da temática abordada nas letras. Use ao menos um verso delas como repertório sociocultural para a sua argumentação. (6 a 8 linhas).







segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Resenha

 Exercício 1

Leia o texto abaixo e destaque os elementos constitutivos do gênero resenha.

Extraordinário

Por um mundo mais gentil

O período escolar nunca é fácil, seja pelas dificuldades inerentes de aprendizado aliado à pressão em não ser reprovado ou mesmo pelo convívio com completos desconhecidos, sem os mimos típicos da vida em família. Independente dos problemas enfrentados, trata-se de um imenso aprendizado sobre como se comportar em sociedade, para o bem e para o mal. Extraordinário, adaptação do livro homônimo escrito por R.J. Palacio, aborda exatamente esta questão, potencializada pelo protagonismo de um garoto de 10 anos que, devido a deficiências de nascença, passou por 27 cirurgias plásticas - o que, inevitavelmente, gera reflexos na forma como é encarado por todos à sua volta.

Em uma realidade tão complexa, rodeada por todo tipo de preconceito, chama a atenção como o livro - e, consequentemente, o filme - busca alguns confortos a seu personagem principal: o núcleo familiar absolutamente acolhedor, sem grandes atritos entre seus integrantes, e um certo tom lúdico com base em um adorado ícone universal: Star Wars. Como não abrir um sorriso ao ver aquela criança de olhar tão tristonho a cada novo encontro com Chewbacca? Com habilidade, Palacio - e os roteiristas do filme, Steve Conrad, Jack Thorne e o próprio diretor Stephen Chbosky - encontraram um meio-termo entre a dor e a felicidade que, personificado em uma criança, comove. Mas não é só.

Por mais que seja um filme claramente emotivo - mas sem cobrar o choro do espectador, é bom deixar claro -, Extraordinário se apropria de certos maniqueísmos típicos nesta busca pelo coração do espectador. Se o elo emocional com cachorros apela para o lado afetivo de cada um e a própria conjuntura em torno do garoto é milimetricamente calculada de forma a não gerar ruídos ao tema principal, é difícil resistir ao carisma e à ternura de Jacob Tremblay como o jovem Auggie. Trata-se de uma escolha precisa que, aliado ao competente trabalho de maquiagem, apresenta um personagem absolutamente encantador, seja nas angústias ou mesmo nos momentos de autoironia. Difícil não se render a ele, ou mesmo a outros dois jovens que o rodeiam: Izabela Vidovic, intérprete da irmã Via, e Noah Jupe, como o amigo Jack Will.

Neste aspecto, Extraordinário ganha relevância também ao ressaltar a individualidade dos jovens a partir de suas angústias pessoais, por mais que a divisão do filme a partir dos personagens soe um tanto quanto esquemática. Ainda assim, tal diversidade amplia o leque emocional retratado em cena, trazendo ao filme camadas necessárias para evitar um foco excessivo (e desgastante) em Auggie. Por outro lado, é importante também ressaltar que nenhuma das subtramas possui um grande aprofundamento, tendo como objetivo maior trazer mais informações acerca da personalidade do retratado.

Há ainda Julia Roberts e Owen Wilson, os pais de Auggie. Se ele praticamente reprisa o personagem de Marley & Eu, a partir do já conhecido - e mais uma vez funcional - perfil boa praça, ela é competente ao compor a mãe amorosa e rigorosa, que tenta conciliar aspirações profissionais com a vida em família. Entretanto, o real motivo pela escolha de Julia está em seu marcante sorriso, luminoso sempre que surge em cena.

Repleto de boas intenções, Extraordinário equilibra bem as mensagens edificantes intrínsecas com o carisma de um bom elenco e uma direção cuidadosa, que dosa com competência e sensibilidade os inevitáveis momentos emocionais de sua trajetória. Bom filme, com boas chances de arrancar uma lágrima do espectador.

Francisco Russo


Exercício 2

Leia as resenhas abaixo para responder às questões.

Texto 1: Saga crepúsculo: tudo para ser um sucesso

        A história de Crepúsculo é sobre Bella Swan, uma adolescente que nunca se deu bem com as outras garotas e, depois que a mãe se casa novam ente, se muda da ensolarada Phoenix para a chuvosa cidade de Forks para viver com o pai. Lá, ela começa a viver um romance com o misterioso Edward Cullen, que faz parte de uma família de vampiros. Assim como os outros de sua espécie, Edward é extremamente forte e rápido, e também não envelhece. Porém, sua família se diferencia dos outros vampiros por não beberem sangue humano. Apesar do que sentem um pelo outro, Bella e Edward tentam se afastar, para que ele não ceda ao desejo de beber o sangue dela. Mas as coisas começam a piorar para os dois quando um grupo de vampiros inimigos da família de Edward chegam à cidade procurando por Bella. Crepúsculo é o mais recente fenômeno entre a garotada. Tendo custado US$ 37 milhões, rendeu mais de US$ 145 milhões ao redor do planeta em duas semanas nos cinemas. O filme reúne elementos que atraem em cheio os espectadores mais jovens: romance e fantasia, além de toques de suspense. Um romance adolescente – já complicado por definição - que ganha toques de dramaticidade por conta dele ser um vampiro.    Edward é mais ou menos tudo que uma garota sonha (num mundo fantasioso, evidentemente): lindo, protege Bella e ainda tem superpoderes. Deve ser por isso que ele é capaz de arrancar suspiros não somente da protagonista, mas da platéia feminina também. O conflito é transformado em tensão, sofrimento, dor e tudo isso que o amor provoca, mesmo nos seres humanos normais que não brilham como diamantes sob o sol como os vampiros.. As cenas nas quais Edward mostra toda a sua força e velocidade típicas de sua espécie são impressionantes, principalmente quando ele praticamente flutua pelas paisagens geladas das florestas que circundam a cidade de Forks A fotografia gelada, numa ambientação sempre chuvosa, dá o ar sombrio que a história precisa. Mas algo incomoda em Crepúsculo: a trilha sonora.
       Essa já cansativa mania dos produtores de Hollywood de utilizarem a música exageradamente para sublinhar sentimentos e momentos de tensão. O final do longa é aberto, evidentemente, já pedindo uma continuação e atiçando o espectador que volte aos cinemas em 2010. Enfim, Crepúsculo é o tipo de filme a ser recomendado aos espectadores adolescentes que embarcam em sua viagem.
 
 
Texto 2: Mercenários 2: A vovozada continua
 
    A fórmula do primeiro filme era simples: pegar vários astros de ação, muitos estão perto da aposentaria, e colocá-los todos juntos na tela. Por isso, o que parece mais óbvio é fazer uma continuação aumentando a quantidade de nomes que vemos em diversos filmes de ação. Liderados por Stallone, que ganha destaque no cartaz, temos um sangue novo interpretado por Liam Hemsworth e muito sangue velho aumentando o bando, com Schwarzenegger e Bruce Willis com mais coisas para fazer do que no primeiro. 
      O mais curioso, é que a fórmula realmente funciona. Funcionou no primeiro e continua funcionando aqui. Claro que não estou falando que se trata de uma obra-prima do cinema, mas sim que o filme acaba sendo divertido e servindo seus propósitos. Aqui, eles se superam em quase todos os aspectos, e seguem a mesma linha que traçaram no filme anterior. Exceto que agora o vilão é Vilain (Jean-Claude Van Damme), cujo nome é muito similar a "vilão" em inglês. Segundo divulgaram, Stallone não quis dirigir o filme, coisa que fez no primeiro, para se dedicar mais ao roteiro do filme. O que se pode esperar, porém, não é um resultado melhor do que o primeiro. E olhe que o resultado do primeiro já não era nada de excepcional. Os diálogos não fluem necessariamente como deveriam e o humor não funciona.O filme termina com uma desnecessária luta entre Stallone e Van Damme, mas acredito que além de ser uma espécie de regra, deva ser impossível contratar o ator belga e não lhe oferecer uma cena de luta. A luta é anti-climática e talvez não de acordo com a idade dos senhores. É tolice tentar categorizar este filme em termos de bom ou ruim, então o que resta é analisar como uma nostálgica volta aos filmes de ação, e nesse sentido ele satisfaz. Recomenda-se o conhecimento desse filme a todos os públicos que apreciam um filme de ação com veterano de guerra, com uma dose de comédia.


Responda:

a) Que tipo de texto são estes dois que acabamos de ler?

b) Por que eles são esse tipo de texto? Como temos certeza disso?

c) Como começa o texto 1?

d) A autora do texto 1 se colocar a favor ou contra ao filme que ela está analisando?

e) Cite um ponto positivo que ela vê nesse filme?

f) Segundo o texto 1, que elementos esse filme tem que atraem em cheio os espectadores mais jovens?

g) Segundo o texto 1, para que tipo de publico é recomendado o filme Crepúsculo?

h) Como começa o texto 2?

i) O autor do texto 2 se colocar a favor ou contra ao filme que ele está analisando?

j) Cite um ponto negativo que ele vê nesse filme?

k) Segundo o texto 2, qual a fórmula para a elaboração do Filme “Mercenários 2”?

l) Segundo o texto 2, para que tipo de publico é recomendado o filme “Mercenários 2”?

m) Marque V ou F nos parênteses sobre o gênero resenha critica:
(  ) Ao elaborar uma resenha crítica deve-se procurar resumir o assunto, apontar as deficiências e/ou pontos que, sob a sua ótica, poderiam ser melhor trabalhados (lembre-se que tais pontos podem estar fora do escopo da obra analisada), sem entrar em muitos pormenores e, ao mesmo tempo, destacar os pontos fortes com ponderação e sem bajular. 
(  ) Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.
(   ) Resenha não tem título.
(   ) Na resenha não é preciso recomendar a obra resenhada.
(   ) Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). 

Ambiguidade

  ✅ O que é Ambiguidade? A ambiguidade , também conhecida como anfibologia , ocorre quando uma frase, expressão ou palavra permite mais d...